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Uma brincadeira entre amigos que virou realidade. Assim nasceu a banda. Para nos contar esta história, convidamos o baixista e compositor Nuno Nunes. Amantes do rock, no palco do ROCK BAHIA, a Rádio Patrulha.
ROCK BAHIA - Primeiro lugar, por que Rádio Patrulha?
RÁDIO PATRULHA - No início nós tocávamos músicas dos grupos nacionais dos anos 80, que de um jeito ou de outro acabaram influenciando a nossa forma de ouvir música. Procuramos um nome que remetesse a essa década e foi daí que surgiu o nome.
ROCK BAHIA - Descrevam o som da Rádio Patrulha e quais as influencias?
RÁDIO PATRULHA - Hoje nós fazemos um som mais autoral, já que nós mesmos escrevemos e compomos as canções a partir das nossas experiências de vida dentro e fora do grupo. Cantamos em português, até para que as pessoas possam sentir o mesmo que a gente sentiu quando escreveu aquela canção. A nossa influência é bastante literária e musical. Primeiro porque nós lemos muita coisa que vai desde revistas e cultura pop até escritores mais cabeções mesmo como Nietzsche, Jean Paul Sarte, Marcuse, Herman Hesse, Fernando Pessoa, Machado de Assis, que esse ano está sendo bem lembrando devido ao centenário de sua morte, e muitos outros que passaria o dia enumerando aqui. No quesito musical a nossa influência é bastante variada, cada um ouve um tipo de coisa. Podemos dizer que essas influências transitam entre Chico Buarque e Sepultura, passando por muitos outros estilos e compositores.
ROCK BAHIA - Quais são os próximos planos musicais do grupo?
RÁDIO PATRULHA - Uma banda sempre tem planos novos e com a gente não é diferente. Acabamos de lançar o nosso primeiro EP chamado “O Som do Outro”, estamos tocando em algumas casas de shows e bares em Salvador e divulgando o trabalho através das apresentações e da internet mesmo, que é um veículo que dá a possibilidade de divulgação sem gastos com grandes mídias de Rádio e TV.
ROCK BAHIA - A Rádio Patrulha sobrevive da música?
RÁDIO PATRULHA - Ainda não, mas esperamos que isso possa acontecer um dia (risos). Como a cena fora do eixo mercadológico do Carnaval é muito difícil, temos que nos virar de outro jeito. Eu (Nuno) sou jornalista formado e trabalho o dia inteiro em dois veículos de comunicação, nos dias em que fazemos shows eu acordo 'zumbi' para ir ao trabalho. Na banda apenas Erlo vive de música mesmo, tocando bateria com outras bandas de diferentes estilos musicais. Lucas é estudante universitário e também se vira nos trinta quando tem dia de show.
ROCK BAHIA - O que diferencia a Rádio Patrulha de outras bandas de pop rock?
RÁDIO PATRULHA - Essa pergunta é difícil de responder. Acho que não somos nem iguais e nem diferentes de outros grupos, mas o fato de a gente ser amigo desde a infância ajuda muito. Eu e Erlo nos conhecemos há mais de 10 anos e crescemos ouvindo o mesmo tipo de som e tocando em várias bandas juntas. A diferença é o fato de nós mesmos escrevermos as nossas canções e pensarmos em todo o processo criativo. Temos muitas dificuldades, como qualquer outra banda alternativa, mas a amizade ajuda a resolver esses dramas de formas menos dolorosa.
ROCK BAHIA - Como se dá o processo de composição das músicas da Rádio Patrulha?
RÁDIO PATRULHA - As músicas são todas nossas, quase todas minha e de Erlo. Normalmente ele faz as músicas, já que ele toca todos os instrumentos e respira música 24h, e eu escrevo as letras. Acho que isso ajuda um pouco, já que como jornalista tenho um pouco mais de proximidade com as letras. Mas o inverso acontece também. Já cansei de apresentar a música para ele escrever um refrão. É um processo de parceria mesmo. Normalmente quando a gente está com o roteiro todo pronto pra gravar um trabalho, ou até mesmo uma ou duas músicas, as coisas começam a ir surgindo e parece que o processo criativo flui mais. Bate aquele lance de inspiração, sabe? Vontade de compor mesmo. Mas acontece de a gente sentar duas ou três horas para terminar um arranjo, ou resolver uma frase ou palavra. Às vezes a gente passa tardes e não surge um idéia boa. E aí tem que ter aquele trabalho de artesão e ir trabalhando cada coisinha.
ROCK BAHIA - Como foi concebido o CD da Rádio Patrulha?
RÁDIO PATRULHA - Foi um processo engraçado, tínhamos umas músicas que gravamos em um estúdio logo depois que montamos a banda. Estávamos meio confusos porque na época Lucas tinha ido morar em Feira de Santana por causa da faculdade e isso acabou atrasando um pouco os ensaios e diminuindo o número de apresentações por semana. Chegamos a nos apresentar com outro baterista e tudo, mas aquela energia que a gente tinha quando subia no palco não fluía, sabe? Então mostrei para Erlo duas músicas que eu tinha feito e perguntei se dava para a gente gravar. E aí foi aquela coisa que te falei de começar a ir surgindo idéia e músicas novas. Nessa brincadeira gravamos cinco músicas novas apenas nós dois no estúdio tocando todos os instrumentos e vozes. Terminamos algumas músicas dentro do estúdio e juntamos com algumas músicas que já estavam gravadas com o mesmo espírito das novas. Por isso o nome do trabalho é “O Som do Outro”. Aí quando Lucas voltou passamos tudo para ele e começamos a ensaiar para tocar ao vivo. Essa é a parte mais difícil, aprender a tocar as próprias músicas (risos).
ROCK BAHIA - Vocês tiveram alguma música, banda ou CD que serviu como inspiração para esse álbum de vocês?
RÁDIO PATRULHA - Nós ouvimos coisas como Gram, um grupo indi que acabou logo depois do segundo disco, Teatro Mágico, que mistura arte, música e interatividade, Los Hermanos, o disco com músicas novas dos Paralamas, depois do acidente com Herbert Vianna, e muita coisa que a gente sempre ouviu, como Barão Vermelho, Legião Urbana, Zeca Baleiro, Oasis e tudo que estivesse ao nosso alcance.
ROCK BAHIA - Para terminar deixe uma mensagem para seus fãs e para aqueles estão conhecendo a Rádio Patrulha.
RÁDIO PATRULHA - Gostaria que todas as pessoas pudessem conhecer o nosso som. Daí pra frente quem gostar indica para um amigo e quem não gostar indica para o inimigo (risos)...
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